Meu burro merdoso da piça!

Passei algum tempo a pensar sobre com que desafio devia começar este blogue e acabei por perceber que a melhor opção era a série a que sou mais associada: “Rick and Morty”! E na verdade isto é só graças ao CINEBLOG e ao JB Martins, uma daquelas almas raras que reconhece o trabalho destes super-heróis que são os tradutores de legendagem.

A verdade é que só comecei a traduzir “Rick and Morty” na sua segunda temporada e nunca traduzi todos os episódios, nem sequer da terceira (talvez da quarta, vamos ver…), por isso muitas das coisas geniais que vemos na tradução são de outros legendários. Aliás, uma das soluções preferidas dos fãs da série e da sua tradução foi o Passaralho (Bird Person, no original), que se deve a uma grande legendária chamada… Ana Filipa Vieira! É ela a super-heroína responsável por esta tradução criativa que tantos adoram.

“Rick and Morty” é uma série muito complicada de traduzir, por acaso. Há que saber perceber o que são termos científicos inventados e o que é real, há que saber condensar (eles falam bem depressa às vezes) e há que saber manter aquele registo único que é usado, sobretudo pelo Rick. Este último factor é dos que tenho mais presentes quando traduzo: tendo em conta que se trata de discurso falado, acredito que a tradução tenha de soar natural e aproximar-se, até certo ponto, do registo oral. Do meu ponto de vista, é necessário para um dos superpoderes dos tradutores de legendagem: a invisibilidade. A ideia é o público esquecer-se de que está a ler legendas.

E é isto! Se tiverem alguma questão sobre a série e queiram satisfazer a curiosidade, acendam o símbolo dos Legendários no céus! Ou, para ser mais prático, deixem um comentário ou enviem um e-mail.

4 thoughts on “Meu burro merdoso da piça!

  1. Parabéns pela ideia! Publicações como esta são ótimas para explicar as razões pelas quais não se pode traduzir tudo à letra, como muita malta julga que preferiria.

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    1. Susana Loureiro 13 de Sep de 2019 — 14:36

      Muito obrigada, Murta!

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  2. Parabéns pelo projeto! Acompanho o teu trabalho como tradutora desde que as tuas traduções me saltaram à vista, ao ver “Rick and Morty”. Finalmente os legendários podem sair da sua gruta espetacular e mostrar às pessoas a importância da tradução para audiovisuais, assim como o seu fardo de transportar uma mensagem para o espectador com muito cuidado.

    Em relação a este post, não sei se me consegues responder, mas “Passaralho” é uma amálgama da palavra “Pássaro” com outra palavra? Se sim, qual?
    Eu lembro-me de ter visto na altura, e ficado a pensar, porque o original é “Pessoa Pássaro”, numa tradução muito à letra, e não conseguir fazer a amálgama.

    Abraço e continuação de um excelente trabalho!

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    1. Susana Loureiro 13 de Sep de 2019 — 14:35

      Muito obrigada, Pedro! É mesmo esse o objetivo.

      Quanto ao “Passaralho”, diria que é “pássaro” com o sufixo “-alho”. Não se costuma ver muitas vezes, mas existe. Conhecendo a magnífica legendária que criou o termo, diria que foi simplesmente uma tradução criativa usando a palavra “pássaro”, que é a mais importante. Às vezes olhamos para um termo e ocorre-nos logo uma tradução que nos parece natural e original. Talvez nem seja tanto traduzir o termo em si, mas olhar para a situação e para a personagem e seguir o instinto criativo. Mas isto sou só eu a supor. A verdade só a tradutora nos poderá contar 🙂

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